domingo, 7 de setembro de 2008

época romântica da aviação



Neste post : Sempre gostei de aviões e do ambiente dos aeroportos.
Em Luanda, faziam-se serões na esplanada do aeroporto.
Aquele espaço e aquele ambiente eram muito agradáveis e elegantes.
Até o movimento próprio do aeroporto, dos passageiros, das mercadorias, das chegadas e das partidas espaçadas e ordenadas dos aviões era elegante.
Sei agora, que esse ambiente corresponde na linguagem dos apreciadores das viagens de avião, à "época romântica da aviação".


A "época romântica da aviação", corresponde ao período do pós 2ª Grande Guerra.
Tratou-se da expansão da aviação comercial a todo o mundo, associada a estéticas "modernista" e "internacional" de extremo bom gosto.



Essa época, é a primeira alternativa nas viagens intercontinentais, dominadas até então pelas companhias de navegação marítima.
Destinava-se à elite, não pelos custos impostos, mas necessários.
Começou com aparelhos a hélice, turbo-hélice e vingou finalmente com os grandes aviões a jacto: Boeing 707 e DC8 (os maiores desse tempo, com capacidade para cerca de 100 passageiros).



Haviam as companhias "de bandeira", orgulho de todos os seus países.
Os aeroportos eram arquitectados como verdadeiras portas de entrada e salas de visitas.



Dessa época, guardo algumas recordações, como pequenos utensílios de refeição de bordo, carteiras de toalhetes, postais...

O sucesso da aviação comercial foi tal, que terminou com as companhias de transporte de passageiros por mar.
Mas também terminou com essa época dourada da aviação.
Hoje, os aeroportos e os aviões são todos iguais e incaracterísticos. São antiterrorismo, assépticos, claustrofóbicos e desumanos.
Os aeroportos parecem hipermercados... E os aviões de uma cor só e com grandes letras, parecem os carrinhos desses hipermercados...

originalmente postado aqui, mesmo